quarta-feira, 21 de novembro de 2012

A Terra do Guaraná


Considerada uma das cidades mais bonitas do Amazonas, graças às suas praias de areia branca e águas transparentes, no ano de 1892 passou a se denominar Maués. 
Conhecida como a “Terra do Guaraná”, em virtude de o fruto ser cultivado pelos índios Mundurukus e Maués, que viviam no lugar, a cidade propicia ainda hoje o contato direto com a cultura de algumas tribos indígenas, entre as quais a dos Sateré-Mawé. 
O nome Sateré quer dizer “lagarta de fogo”, significado este que faz referência ao clã desta comunidade.
 Maué quer dizer “papagaio inteligente e curioso” e não tem referência de cunho hierárquico entre os índios.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Guaraná Marau de Maués






Guaraná Marau de Maués Pote com 150g

Guaraná Especial Moído do Bastão

O Guaraná é uma planta originária da Amazônia cujas propriedades energéticas e tônicas já eram conhecidas pelos nativos Maués, que o utilizavam antes de irem às lutas e em longas caminhadas para aumentar a resistência à sede, calor e fadiga.

As propriedades energéticas e tônicas do Guaraná devem-se principalmente às metil-xantinas presentes em suas sementes, predominantemente a cafeína (trimetil-xantina). Estes compostos possuem um efeito pronunciado sobre o metabolismo celular, estimulando os processos bioquímicos associados à musculatura e ao sistema nervoso central. Além de cafeína e teobromina, o pó de guaraná contém fibras vegetais, amido, ácido tânico, cálcio, ferro, fósforo, potássio, tiamina e vitamina A.

A semente de guaraná moída é tradicionalmente utilizada como fonte de energia, muito útil para acabar com a sensação de fadiga causada pelo esforço intelectual e físico.

Indicações:
Beneficios do Guaraná em Pó

O guaraná possui propriedades estimulante do sistema nervoso central, facilita a capacidade de concentração e raciocínio, favore o trabalho muscular, diminui a fadiga motora e psíquica e traz a sensação de conforto e bem-estar devido a grande quantidade de cafeína encontrada na planta.

Há também uma prevenção e combate contra distúrbios circulatórios e alterações nos órgãos , atacando as nevralgias, detendo as hemorragias e reduzindo as enxaquecas. Pode diminuir o cansaço e as fraquezas em geral, indisposições, estresse físico e mental, prisão de ventre, além de ser um preventivo do envelhecimento precoce.

Contra - Indicado:

Não são conhecidos riscos para a saúde ou efeitos colaterais com a administração correta das dosagens

Mas pessoas que sofrem de epilepsia, Mal de Alzheimer, de Parkinson, ou que já são muito nervosas, devem evitar o guaraná em pó em quaisquer circunstâncias.

Dosagem: Uma colher de chá para um copo d'água com o sem açucar.

Disponibilidade: Pronta Entrega  na LojaVirtual


Pesquisadores investigam longevidade de município
amazônico

Em Maués, idosos da floresta são tantos que causaram
desconfiança da Previdência. Auditores constataram que
todos os aposentados estavam bem vivos.

Às margens das águas negras do Rio Maués - Açu, ficam as comunidades típicas do interior da Amazônia. Vidas inteiras sem sair da floresta. Foi assim com o 
 agricultor João Rocha, de 99 anos. Ele amanhece afiando o facão para mais um dia de trabalho na plantação de guaraná. É rotina há 40 anos. "Tenho 99 anos e estou trabalhando, graças a Deus", diz.

Está lá na carteira de identidade: a data de nascimento é 2 de Fevereiro de 1910.
Quando se casaram, dona Zenaide era adolescente. Ele, homem maduro de 47 anos. A família cresceu: eles tiveram 13 filhos.

"Sou meio fraco", brinca seu Rocha.

E seu Rocha não é exceção. No município de Maués, no interior do Amazonas,
os idosos da floresta são tantos que causaram desconfiança. O número de
aposentadorias chamou atenção do INSS. Por dois anos seguidos, auditores da
Previdência foram a Maués para saber se havia algo irregular. De casa em casa,
visitaram idosos com mais de 70 anos e constataram: todos os aposentados estavam bem vivos.

Proporcionalmente, o INSS encontrou no município o dobro de aposentados na
comparação com Manaus. Ao todo, 1.692 moradores têm mais de 70 anos. Há mais homens idosos, o que também é incomum.

Com tantos idosos, a cidade teve que se adaptar. Criou atendimento médico e
odontológico exclusivo para eles e um centro de convivência.

"Eu não me acho velho e nem tenho vergonha da juventude. Digo para meus colegas não se entregarem para a velhice", conta seu Milton Martins, de 80 anos.

A mais nova terra da longevidade na Amazônia sempre foi conhecida como a terra do guaraná. Seu Rocha vive na comunidade de Camarãozinho. A descida do barranco para a plantação de guaraná pode parecer um obstáculo, mas não para esse senhor de 99 anos. O guaranazal é do tamanho de 25 campos de futebol. Seu Rocha percorre, por dia, quatro hectares, tirando o mato que atrapalha a produção.

"Eu aguento, graças a Deus. Tomo uma copada de guaraná", revela o agricultor. A receita é prepara com guaraná em pó, xarope de guaraná, mirantã – uma raiz típica da região – e ainda castanha-da-amazônia, leite em pó, água e gelo.

Mas seria o guaraná um dos fatores que faz esta gente envelhecer tão bem?
Doutor em gerontologia, o médico Euler Ribeiro é um dos maiores especialistas no envelhecimento do homem da floresta. Animado com o número de idosos em Maués, começa em julho uma pesquisa para descobrir as causas da longevidade na região.
Uma das suspeitas recai justamente sobre o guaraná e sobre a alimentação rica e natural dos ribeirinhos.

"Nós temos o jenipapo, uma fruta com um odor maravilhoso, rica em vitamina C, um excelente antioxidante. A polpa do tucumã não é muito espessa, tem coloração alaranjada e é rica em caroteno, que é outro grande antioxidante. Nós, homens da floresta, já sabíamos disso há muito tempo", diz o médico gerontologista Euler Ribeiro.

Todos os moradores do município acima de 60 anos estão sendo avaliados. Os 1,2 mil mais idosos farão parte de uma pesquisa. Os cientistas querem saber por que em Maués eles vivem mais.

Durante três anos, a Universidade do Estado do Amazonas e outras seis universidades do Brasil e do exterior vão investigar as causas da longevidade. Além da alimentação, os pesquisadores querem saber se o meio ambiente, livre de poluição, e a genética contribuem para a vida longa. Exames de sangue vão revelar se os centenários têm no DNA as mesmas proteínas que os idosos de outras partes do mundo.

"Como nós estamos analisando os longevos de Maués, eu vou ver se existem esses alelos. Nós vamos fazer pesquisa genética", adianta Euler Ribeiro.

Seja o qual for o resultado, seu Rocha segue a rotina. Preocupação mesmo, só em tocar o trabalho com o guaraná. "Só vou parar quando ficar mais fraco e não tiver mais força. Agora, não", diz ele.



Os centenários de Maués




Seu Francisco Rodrigues dos Santos,101, tem cinco filhos, 55 netos, 31 bisnetos e 15 tataranetos. Vive em Maués, a 267 quilômetros de Manaus, e mantém uma dieta alimentar à base de peixe, guaraná, frutas regionais, verduras, feijão, farinha e ervas da floresta, que, segundo ele, ajudam na circulação sanguínea e para não ter problemas na hora de urinar. "Me sinto bem vivendo aqui com a minha gente. Gosto de ver e ouvir as brincadeiras das crianças, ler a minha bíblia e lembrar dos tempos em que fui capataz de fazenda de guaraná e gado. Foram dias bonitos com a minha mulher, a Petronila, que morreu com 96 anos, depois de 82 anos comigo".

Ele faz parte da pesquisa sobre longevidade na floresta amazônica da Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI). No município há 1.807 outros idosos com mais de 65 anos. Mas com 100 anos, são poucos.

Segundo os pesquisadores, Maués é uma referência mundial em longevidade na floresta tropical umida. Sabe-se, cientificamente, que a longa existência na região está associada às condições ambientais, ao tipo de vida dos ribeirinhos, ao consumo de alimentos ricos em substâncias antiplaquetárias, como os encontrados no guaraná, a ingestão de peixes, a genética, entre outros fatores que estão sendo estudados.

Mesmo com a vista cansada e com dificuldades para se locomover, seu Francisco Santos é considerado uma "fortaleza de saúde" pela filha Ilza dos Santos Pantaleão, 65 anos, com quem mora."Sempre está disposto.Não se queixa de doenças e acompanha o crescimento dos netos, bisnetos e taranetos, quando eles vem aqui em casa. Fico admirada e feliz por ter o meu pai entre a gente" comenta Ilza.

A memória de seu Francisco é seletiva. Ele lembra mais de sua juventude e de quando era goleiro na comunidade do Bom Futuro da Vila Trindade, no paraná do rio Urariá de Cima, no interior de Maués. "Eu sempre gostei de futebol e até que pegava bem no gol. Também me criei ouvindo as histórias da Cabanagem (movimento popular nortista contra o Império no século dezenove)". Sua mãe, dona Julia Preta, foi escrava liberta. "Ela nasceu no Maranhão e depois veio para cá tentar uma vida melhor", comentou pensativo.

Vitória sobre a "cegueira"
Com mais vitalidade ainda que seu Francisco está dona Inez Barbosa Santana, 100. Ela caminha, planta, dança, lava, cozinha e ainda cuida do filho de 59 anos, que sofre com crises de epilepsia. Com ela não tem tempo ruim. Religiosa, ela agradece todos os dias por ter conseguido recuperar a visão.

"Eu fiquei mais de 20 anos sem poder enxergar.Tinha esperanças de poder ver um dia, por isso passava nos olhos banha de traíra e ervas da floresta".Ela conta que em 2003 estava "ouvindo" uma novela na TV, durante a tarde, e começou a ver nitidamente os atores e atrizes na tela."De repente senti uma ardência diferente nos olhos e comecei a ver. Assustada, gritei para a minha filha:Maria! Maria! estou vendo.Ela não acreditou e disse:Mãe para de dizer bobagem.Que coisa é essa que a senhora está dizendo? No que respondi: sim filha. Eu estou vendo tudo".

Surpresa, a filha quiz saber da mãe como ela estava e como era o corte do cabelo dela. A resposta foi:"Maria você é gordinha e o teu cabelo está na altura dos ombros e tem mais, o teu pescoço está grosso e quase não se vê de pequeno". A filha riu e chorou ao mesmo tempo, abraçou a mãe e, juntas,viram a novela tomando café."Foi um dia inesquecível", comenta dona Inez chorando ao recordar que a filha faleceu aos 43 anos, em 2003.

Flamengo
Com uma aposentadoria de um salário de R$ 520,00, dona Inez mantém a casa com humor.Ela conta que o que gosta mesmo é de ver o seu Flamengo na TV das amigas."Quando tem jogo vou para a casa das minhas vizinhas. Fiquei muito chateada com o que fez o goleiro do meu time (ele é acusado de ter mandando matar a mãe de sua filha) e também detestei a derrota do Brasil para a Holanda, na Copa do Mundo".

Elegante, dona Inez tem uma dieta parecida com a do seu Francisco, mas junto com o consumo do guaraná diário, ela também gosta de mel, hortelã, óleo de andiroba e arruda. Come peixe todos os dias. Devota de Santa Luzia, do Sagrado Coração de Jesus, a santa dos olhos, ela diz vêr o mundo como uma criança. "Todo dia é uma novidade.Tenho muitas coisas para aprender, por isso sou "rueira" e alegre, muito alegre".

Duzentos anos de dança
Quem também vive "vendendo saúde" em Maués é seu João Rocha Gomes,100, que todos os dias bebe sua dose de  guaraná, antes de começar as atividades no guaranazal que cultiva em sua propriedade rural, no igarapé do Camarãozinho, a pouco mais de uma hora de lancha do município.

Seu Rocha, como é conhecido, vestiu sua melhor roupa para visitar o Centro de Convivência do Idoso (CCI) na companhia da mulher, dona Zenaide da Gama Gomes,72. "Vim aqui para comer, dançar, fazer novos amigos e para dizer que estão derrubando a floresta na minha área. As motosserras não param de cortar as castanheiras e as árvores que vi crescer.Agora, não sei mais o que vai ser da mata no Camarãozinho".

Mesmo com o desconforto do desmatamento, ele mantém o sorriso na face e não se faz de rogado, quando dona Inez Santana lhe convida para dançar um forró. Mas antes de aceitar, ele olha para dona Zenaide, que com um leve aceno de cabeça consente que ele dance com outra mulher.Só assim ele avança e pega da mão de dona Inez, que, num rápido movimento sai dançando pelo salão com desenvoltura. Depois de duas músicas, eles vão para seus lugares.Quem os vê pela primera vez, como foi o caso deste repórter, não diz que juntos eles têm 200 anos.